DIÁLOGOS SUBLIMINARES DO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO/PRODUÇÃO DO SENTIDO TEXTUAL:PROFICIÊNCIA EM LEITURA E EFICIÊNCIA NA ESCRITA, O AUTOR EM EVIDÊNCIA

Paula Renata Bertho

Resumo


Os mais diferentes indicadores que retratam o sucesso em leitura e em escrita dos estudantes brasileiros nos põem, inevitável e invariavelmente, diante de amplos e desastrosos impactos de ordem socioeconômica e cultural. Quando, para a construção sólida de uma pátria, a qualificação de seu povo – com perspectivas que constituam seus indivíduos verdadeiros cidadãos – é fator determinante, nos deparamos atualmente com um declarado abismo de contrastes e barreiras que arruínam sonhos e expõem graves limitações. Considerando que, nos dias de hoje, o comportamento humano pode ser regulado pela capacidade de leitura/escrita nos mais diversos domínios da convivência humana, habilitar pessoas para o papel de sujeitos sociais – com desenvoltura e segurança – envolve um conjunto de ações que as revistam, basicamente, de competência comunicativa eficaz, de tal forma que sejam capazes de exercer com sucesso intervenções leitoras, bem como aplicar a expressão escrita com habilidade nas mais diferentes situações do seu cotidiano. Investido de competência expressiva, o homem age sobre o mundo, explicando-o, formulando hipóteses, articulando o pensamento de forma mais complexa, recriando, enfim, a realidade. A escrita, então, permite elaborar representações, resultantes da ação de pensar o mundo e de agir sobre ele, com a intenção de transformá-lo. Para isso, é necessário atentar para o ponto de encontro do autor com seu próprio texto; o autor do texto tem uma intervenção múltipla: atuando como escritor ativo, deve ser também o primeiro leitor (de seu texto; um leitor interno), como também o reescritor; no processo de ordenação das ideias, de organização escrita, o autor que se projeta como leitor de sua escrita pode aparar as arestas e as fragilidades de expressão que o texto, ao ser tomado em leitura por um leitor externo, pode revelar. Dificilmente um texto ganha forma na primeira situação em que as palavras são lançadas no papel; pensando a partir desse horizonte de possibilidades, a refeitura faz com que o autor se fixe não apenas no resultado obtido, mas também nas transformações que deve efetuar e isso o ajudará a perceber que a escrita é realmente um processo, um procedimento a ser desenvolvido em etapas.

Palavras-chave


proficiência em leitura; eficiência na escrita; escritor ativo; leitor interno

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ISSN - 2447-8377 -